terça-feira, 4 de novembro de 2008

Segunda volta...

Amei – incondicionalmente – duas vezes na vida.

Uma a ti,

Outra o que achei que eras.

Nada recebi, mas também nada esperei,

Amei.

Simplesmente: amei.

E depois de amar,

Quando conseguiste finalmente matar esse amor,

Chorei.

 

Simplesmente: chorei, pelo tanto que te amei.

Não chorei pelo vazio,

Não chorei por nunca te ter tido,

Nem pela dor que me davas,

Nem por me teres obrigado a não te amar.

Não.

Chorei por ti.

 

Por não saberes deixar que te amem.

Um dia escreverei um poema,

Porque tive três ou mais amores na vida.

Um dia escreverei um poema,

Porque amei,

Simplesmente porque amei – incondicionalmente.

 

E tu,

Tu escreverás um poema,

Pela dor que hás-de sentir,

Porque eu te amei e tu ignoraste.

Eu amarei de novo, talvez mais do que te amei.

E tu nunca terás ninguém que te ame tanto,

Não que não valhas o amor... Vales... Valias...

Valias tudo,

Mas porque ignoraste o facto de eu te amar,

Mais do que há minha própria vida.

 

Inês Teixeira Botelho

Sem comentários: