segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Fascínio / Declínio


Vi. Ouvi. Sobre a escrita. Mas principalmente compreendi a maior problemática da vida:
"Para quê?"


Escrever entenda-se como que um percorrer de um caminho em busca do silêncio! Da perfeição. Momento único. Escrevo e torno-me diferente. Escrevo e altero o meu eu. Nunca tinha pensado nesta perspectiva. Mas sempre que me sinto confusa, escrevo para me esclarecer.
Escrevo para me melhorar. Escrevo para me tornar um novo eu a cada momento que o faço. E sinto cada vez mais essa necessidade. Escrevo para ti, mas essencialmente para mim.


"Jogar com as cartas viradas para cima, não tenho nada a esconder".
Nunca estive verdadeiramente doente, mas situações da minha vida têm-me levado a adoptar também esta presença.

"Agora estou em paz com ele, como em vida nunca estive!"
Não sei se esta ideia me assusta ou me ilumina... Mas espero que não aconteça tão tardio. De qualquer maneira dá-me esperança... De que num futuro, seja ele qual for, onde quer que aconteça, venha a existir perpetuado um sentimento de paz. Pai.

Tenho tentado conviver com isto que está cá dentro. Mas não resulta. Não sei o que sinto. Não sei de que forma me influencia. Nem ao escrever consigo compreender. Longe de tudo. Transcendental a mais ainda.
O silêncio talvez seja a única solução. A complicação da escrita de Lobo Antunes, essa busca incessante da perfeição literária, a procura desse silêncio aconchegante... São agora o objectivo a que me dedico.


"Os livros deveriam ter o nome do autor. O autor é que escreve o livro."
Escrevo aqui para que leias... Para que te sintas tocado. Para que escrevas este texto comigo. Para que o interpretes, o compreendas, para que me transmitas o teu texto. Para que me perdoes e deixes ser perdoado.
Para que desculpes o mundo por ser tantas vezes tão rude. Para que me mostres que o meu mundo pode ser menos assim se estiveres comigo.


Estou cansada. Vivo cansada.
"E então zanga-se com Deus."
Faz as pazes! Aceita-me como sou.




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